1984 | O começo!

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Em 2014 farei 42 anos, e a minha história ou caminho como empresário não foi diferente de qualquer outro. Em 1992, eu trabalhei em um grande banco privado. Comecei trabalhando nesta empresa em 1986 como contínuo, ou Office boy; passei a escriturário, caixa, até chegar a chefe do setor.

Mas, a minha vida no mercado de trabalho começou cedo, perto dos onze anos, vendendo maria-mole de porta em porta e às vezes no farol. O melhor desta época era o relacionamento que eu tinha com várias pessoas de perfis diferentes, e este detalhe me chamava à atenção.

Em 1983, em uma das minhas andanças pela rua acabei conhecendo um micro empresário, proprietário de uma farmácia, que me convidou para trabalhar com ele. Aceitei o convite. No mesmo ano comecei a trabalhar como balconista, e dois anos depois, com apenas 15 anos, passei a ser gerente.

Acredito que a farmácia me deu uma base para que eu me tornasse o que sou hoje. Talvez tivesse tido sorte por encontrar um empresário disposto a ensinar um menino de apenas 13 anos de idade a conquistar seu espaço, independente da idade. Na farmácia eu aprendi sobre porcentagem, cálculos sem uso de calculadora, atendimento, estratégias de marketing, ética, confiança, amor ao trabalho, além da parte técnica, que é a administração de um comércio.

Em 1986, fui convidado pelo gerente do Banco (que era cliente da farmácia) a prestar um concurso, para assim seguir na carreira bancária. Bom, eu aceitei e fiquei trabalhando por lá até 1992. Foi neste ano que a minha vida mudou. Em um primeiro momento, acreditei que tivesse sido para a pior, mas hoje agradeço por ter sido demitido. 

A razão pela qual ocorreu a minha demissão foi simples: o banco estava encerrando várias frentes de trabalho em função da modernidade das máquinas dos caixas 24hs que estavam sendo instalados nas agências. O gerente foi bem direto, me disse que eu era novo, não era casado, tinha muito caminho a percorrer e que aquele emprego não faria falta pra mim e sim para um pai de família. Na época não aceitei bem, mas hoje tenho a certeza que a sua decisão foi correta.

Bom, me vi desempregado e sem saber para onde correr, pois até aquele momento a minha carreira no mercado de trabalho tinha seguido de uma forma automática, já que fui convidado para trabalhar o tempo inteiro. O que estes três trabalhos anteriores à minha carreira como empresário tinham em comum? A liberdade de gerir e administrar pessoas, situações e ocasiões que em algumas vezes, era saia justa total.

 O que me chamava mais a atenção eram os empresários com quem me relacionava nestes períodos. Todos os dias, eu ficava olhando atentamente a todos os detalhes que estes pequenos, médios e até grandes empresários diziam quando eu estava por perto.

Em 1993, depois que tentei me recolocar no mercado de trabalho e não tive êxito, resolvi virar empresário. Achei que seria moleza, pois já tinha uma carreira de oito anos passando por dois empregos. Por ironia do destino, depois de tanto procurar, acabei me direcionando a um segmento que me interessou bastante, o ramo de impressão, no qual o meu pai trabalhou durante trinta anos. Em 1996, fui a uma feira de indústria gráfica e comprei a minha primeira máquina, sem saber sequer onde era o botão de ligar e desligar, mas com uma certeza: sabia que ali estava o meu passaporte para ser empresário. E não é que deu certo!

Dei início à pequena gráfica dentro da sala da minha casa; seis meses depois, estava em um pequeno prédio com dez funcionários, e seis meses depois eu já estava inaugurando o meu novo parque gráfico com quase sessenta funcionários e uma porção de maquinas. Mesmo assim, eu não sabia onde ligava e desligava cada uma delas, mas sabia para que servia e os clientes que poderiam comprar aqueles trabalhos impressos.

De 1996 a 2000, a minha vida de empresário estava decolando, até o momento que me deparei com o meu maior desafio: a crise do segundo mandato do Presidente Fernando Henrique. Juntou-se a esta crise o famoso apagão, onde as indústrias tinham que parar a sua produção no período da tarde, e para finalizar, a grande crise asiática, responsável pelo maior problema que tive que administrar desde que me tornei empresário. Não foi fácil, tive que demitir pessoas, vender algumas máquinas, preparar estratégias emergenciais e torcer para que o governo seguinte fosse feliz em suas ações relacionadas à indústria.

Depois de uma auditoria na empresa, recebi a notícia de que havia um déficit de quase um milhão de reais em minha administração, e que se eu parasse naquele momento, este déficit se tornaria uma grande dívida.
Foi então que acordei e me vi em uma situação que para muitos não tem solução. 

Bom, o que fazer: fechar a empresa? Vende-la? Contratar uma consultoria?

Acredito que este período fez com que eu conseguisse manter a calma, focar nas soluções e seguir em frente. Resolvi então estudar o mercado de marketing aceleradamente, até achar uma solução para o meu problema. Depois de ler mais de cinquenta títulos em um período de doze meses, percebi que poderia aplicar algumas ações básicas em um primeiro momento, para tirar o meu negócio do enrosco que estava. Após três anos de muito trabalho, consegui superar o problema e ainda montar uma agência de marketing, a Cappuccino Marketing e Marca, agência que ajuda no planejamento do GRUPOM8.

A partir dai escrevi meu primeiro livro, “Como Alavancar as vendas em tempos difíceis”, com uma venda extraordinária de quinze mil cópias.

Quando percebi que as coisas estavam calmas na gráfica e na agência, resolvi arriscar em mais um segmento: o mercado odontológico. Este é um mercado muito difícil pelo simples fato do Brasileiro não ter a cultura de saúde Bucal. Estudei o mercado durante os anos 2004 e 2005 e então resolvi estrear meu primeiro consultório, aplicando as estratégias de marketing que aprendi na crise. A coisa funcionou e hoje temos a maior rede de consultórios odontológicos do Brasil, com cerca de cento e vinte unidades espalhadas pelo Brasil.

O meu negócio com franquia tomou forma nesta época, no ano 2007, quando percebi também que as empresas estavam sadias e seguras como redes. Resolvi apostar no mercado de bijuterias, onde apostamos na marca Uva e Verde (veja a história do início da marca na página da rede www.uvaeverde.com.br). 

O início da operação foi muito difícil, pois eu não conhecia o mercado de franquia e precisei estudar muito para me manter em pé. Um ano depois, a Uva e Verde saiu do mercado de Bijuterias e se reinventou, apostando no setor de presentes criativos. 

Hoje contamos com cem unidades em operação e a projeção de fecharmos o ano com duzentos e vinte unidades comercializadas; nos tornaremos a maior rede de presentes do mundo em 2015, com cerca de trezentas unidades em operação e um faturamento anual perto de cento e cinquenta milhões de reais.

Gostei do mercado de franquia e resolvi criar um grupo, o GRUPOM8, formado por empresas de vários segmentos e com foco em redes.

A lição disso tudo? Não ter levado a sério as pessoas que me disseram que não daria certo.

O que deixo como dica? Seguir sempre olhando pra frente e não se preocupar com as laterais, porque em algum momento da sua trajetória elas ficarão para trás.

O meu foco e o do GRUPOM8 é único: realizar o sonho daqueles que desejam ser empresários como eu desejei um dia, e mostrar que é possível chegar lá, mesmo que demore um pouquinho.

Quero agradecer em especial à minha família por estar sempre ao meu lado, e aos meus diretores e gerentes, consultores e trainees espalhados nos escritórios por todo o Brasil, que estão fazendo do GRUPOM8 um ícone de sucesso entre as redes de varejo do Brasil.


José Roberto Tessarini Junior
Presidente Conselho Adm. | GRUPOM8
www.grupom8.com.br

"Criamos o que as pessoas amam antes que elas saibam o que querem"

Jornalismo Grupo M8

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